quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Diário da artista - MOVIFEMI Um presente de 2016

Participei de um seminário sobre gênero e sexualidade.
Fui pelo trabalho, como se debater e aprender sobre o feminismo e questões de gênero pudessem ser algum trabalho pra mim.
Não mesmo! :P

Estar ali, diante de tanta diversidade e compreensão quanto às batalhas, e aos reais direitos das mulheres, e de todas as questões de gênero que geram tanta polêmica me causou muitas sensações. Parece mesmo que botamos medo neste pessoal preconceituoso...

Mas não é disso que eu quero falar, quero exaltar as coisas boas disso, apenas as boas, assim como falar dos “presentes” que recebi neste 2016 tão controverso e conturbado. Sempre existe o labo bom, e quero falar do meu, ou de parte dele.

Basta conversar comigo por dez minutos pra saber como eu AMO falar sobre as mulheres, e estas questões de direitos e respeito às diferenças, é tão natural que eu nem imagino como seria NÃO ser assim. E foi nessa dinâmica que eu conheci o Eduardo Kawamura, em uma reunião que nada tinha a ver com o assunto. Mas ele comentou que existia um coletivo feminista na escola em que ele lecionava. Os meus olhos brilharam, e o meu estomago parecia querer explodir de curiosidade.

Coletivo? 
O que seria isso para mim, sempre tão sozinha em meus ideais.
Desde menina chamada de “briguenta”, chata, ou “Ovelha Negra”.

Ao primeiro contato com as meninas  do MOVIFEMI (Movimento Feminista na escola) da EMEF Eduardo Prado,  me senti uma criança no parque de diversões, trocando ideias, rindo, e me emocionando
Um turbilhão de sentimentos!
Elas contanto as suas conquistas ainda tão jovens, foi surreal.

Saí de lá renovada, imersa em esperança e encantada por tanta energia.  Elas foram tão acolhedoras, que me senti como se fizesse parte daquilo. 
Amei. <3

Depois dessa experiência conheci mais grupos, o da EMEF Sergio MIliiet, e o da EMEF Clotilde Rosa. Percebei na prática o que é uma força coletiva, como se todas nós estivessemos de mãos dadas sem ao menos nos conhecer pessoalmente. 
 As meninas do MOVIFEMI visitaram outras escolas, falaram sobre as suas experiências, e trocaram mais ideias de como o movimento feminista acontecia na escola delas.

Para o seminário seria preciso indicações, para que os relatos sobre questões de gênero acontecessem. Claro que não podia ser diferente, foram elas as indicadas, minhas queridas amigas de luta e de sonhos que nos representaram, e como eu esperava fizeram isso divinamente.

Falaram sobre a simplicidade que consiste o direito de ir e vir como um ser humano, e como é complicado viver este direito no dia a dia quando se é mulher. Também falaram de política e de questões como homofobia e racismo. O Movifemi foi muito bem representado pela Isabela e a Larissa, e também pela Nicole, que é da EMEF Clotilde Rosa, que também esta integrada na luta nossa de cada dia.

Elas foram tão lindas e tão aplaudidas que eu pensei que fosse explodir de alegria, 
elas são a nossa voz, e como cantam bonito!

Ao finalizar as suas falas, ME AGRADECERAM, falaram sobre a nossa parceria, e o meu apoio. Meu coração ficou radiante, os meus olhos se encheram de lágrimas e a minha voz embargou.  Eu não conseguia pensar ser digna de tanto carinho...
Senti muita gratidão pela vida ter me apresentado algo tão bonito,
a generosidade de meninas tão belas e fortes.  

O MOVI FEMI representa muito mais que feminismo, ou a beleza da juventude na boca e nas ações de meninas tão corajosas, representa a esperança de mudar o mundo, de fazer do lugar em que vivemos um espaço de oportunidades para TODAS E TODOS!

Eu agradeço a cada ser que conheci neste movimento,a todos os colegas que engrossam o coro da luta por diretos, e é claro, a todas as meninas do movimento, mas TODAS mesmo, cada uma com seu jeito especial de ser.
No final do relato me senti mais jovem, mais livre e mais forte!

Em 2016, foi um prazer conhecer estas grandiosas futuras mulheres.

É uma honra fazer parte deste coletivo (acho que faço parte :P),
 e renovar as minhas energias a cada encontro, a cada novo conselho e troca de vivências.


Para hoje: Meninas, segura o mundo que ele é nosso!