Sempre que tem clássico entre Corinthians e Palmeiras é uma
verdadeira guerra em casa.
Sim, temos uma parte de palmeirenses e outra de corintianos,
somos desportistas até certo ponto, mas tem horas que a coisa fica feia, e quem
não é de “casa” muitas vezes até se assusta, mas nunca chegou a ser nada serio,
ou quase.
Mas nem sempre foi
assim...
Quando tem um jogo dessa grandeza eu me lembro da minha infância,
e comento com todos, principalmente com os recém chegados à família o meu histórico
de luta, e sim, faço isto com muito orgulho.
Eu cresci em um núcleo
de palmeirenses que não aceitavam a minha voz, queriam me calar, e não me
deixar feliz... Assim quando eles ganhavam me zoavam e eu chorava, e quando nós
ganhávamos não nos deixavam comemorar. Isso era a minha revolta maior, para
assim nos forçar, eu e o meu primo a ser o que não queríamos. E é assim que todos
os opressores se comportam, querem nos calar, nos deixar tristes e sem direção.
Mas não é bem assim, e não deixaremos ser, não mais.
Cresci cada dias mais corintiana, aquilo estava errado e eu
jamais cederia. Além de torcer, entendo de futebol, e sempre disse que mulher
podia fazer tudo o que quisesse, e sim, quando adolescente eu jogava num time de futebol feminino.
<3
Eu sempre briguei pelo meu espaço neste quesito, as vezes o
meu pai levava tudo muito a sério, parecia meu inimigo. Muitas vezes eu me
perguntava por que gostava tanto daquele símbolo, por que o hino me
encantava tanto, desenhava desde os sete anos o escudo do Corinthians em tudo
quanto era lugar.
Até ouvir da minha mãe uma história. Ela me contou que eu
atrasei quinze dias o meu nascimento, até nascer no dia 1º de setembro, que não
por acaso é o dia do aniversario do Corinthians, pensa se eu não chorei de
emoção!
A partir deste dia eu não tive mais duvidas, sou
predestinada a torcer por este time!
Hoje eu não sou tão fanática, não como antes, nem perto do
que era antes, creio que toda euforia e batalha tinham um viés maior que títulos
e futebol, era briga por espaço e expressão, “não opressão” e sim aos direitos
das mulheres, e de ir e vir como pessoa.
A minha mãe enlouquecia, também é corintiana, e até hoje ela fica preocupada com
as encrencas. Os meus irmãos e primos, a maioria cresceram palmeirenses, a minha irmã eu
salvei para o meu grupo e conquistei novos aliados, os meus filhos e sobrinhos
aprenderam a amar o Corinthians também. A disputa ficou só mais emocionante! Eu
fiz de tudo para que eles escolhessem sozinhos, para não sofrerem o mesmo que
eu, mas com a doença e soberba dos palmeirenses ao querer impor algo, não foi
tão difícil.
Temos nosso mundial LINDO que eles tanto nos invejam!
Não tento aqui provar que o meu time é melhor, embora seja
kkkkkk
Até perdemos hoje! :(
A ideia é a liberdade, de escolher a quem seguir, e o que
fazer da própria vida, e das próprias vontades.
Ser livre é a missão.
Ninguém irá me dizer o que fazer, a que politica devo seguir,
seja por partidos ou clubes de futebol. A minha fortaleza é saber que sou
unidade, e que nenhum sofrimento se assemelha a ser aquilo que você não é, ou seguir a partir de alguém aquilo que você não acredita.
Hoje o meu time perdeu, mas quem ganhou foi eu por não ter
desistido em momento algum de ser Fiel!
Sou fiel de Corinthians, sou fiel a Grazy. E será assim
sempre!
Para hoje: Salve o Corinthians!
Grazy Nazario.